Josiane Leal:
Pessoal, já vamos começar. Eu convido a Edenize para fazer a abertura.
Edenize Maron:
Muito bem. Bom, obrigada, Josi. Bom dia a toda audiência.
Grande parte da audiência já são clientes da Rimini Street. Temos outros colegas que não nos conhecem, então obrigada pelo interesse.
Acho que vai ser uma sessão muito esclarecedora — esse é o nosso objetivo — diante de um tema que nos preocupa e que sabemos que temos que administrar e executar com muito cuidado.
Se você puder passar para o próximo slide, Jorge, por favor. Então, vamos lá.
Edenize Maron:
Pessoal, no último ano, a gente… Bom, a Rimini fala de SAP de manhã, de tarde e de noite, desde 2011. Eu estou na empresa há quase 10 anos e o meu objetivo aqui é dar um contexto para vocês.
Bom, por conta da minha posição, digamos assim, por estar há 10 anos, eu consigo ter muito input e eu consegui, digamos, classificar os grupos de empresas, onde eles estão.
Eu acho que vai ser uma boa provocação para vocês se enquadrarem no conteúdo de hoje, que vai passar pelo Eduardo, que é o nosso GVP, o nosso número um aqui do Rimini Labs, que é a nossa área de entrega, no fim.
Edenize Maron:
A Rimini entrega Reforma Tributária, e a Silvia Genizella, que está aqui, faz parte dessa estrutura de entrega da Reforma Tributária através da Rimini — e o Jorge Campos.
A Rimini é fã desse expert no assunto e, independente de qual é a tecnologia que a audiência usa, o objetivo é que o Jorge preste esse serviço a essa comunidade e que vocês saiam daqui mais tranquilos — ou preocupados — mas, ao menos, sabendo o que tem que fazer minimamente com esse tema. Se você puder passar para o próximo, por favor, Jorge.
Edenize Maron:
O que nós identificamos aqui dentro da Rimini: existem cinco grupos de empresas.
Aqui eu estou falando muito especificamente do ERP, porque é a nossa especialidade. A gente faz… O tema é válido tanto para quem é usuário SAP como para quem é usuário Oracle, mas, na prática, a gente tem muito mais SAP do que Oracle, então a gente acaba usando o “sapanês” muito mais do que a nomenclatura da Oracle. Mas o conceito é válido — a lei é válida — naturalmente para todas as tecnologias.
Edenize Maron:
Então, existe um grupo grande de empresas que, do ponto de vista do ERP, está, digamos, coberta. Ou seja, ou a SAP ou a Oracle vão fazer as alterações necessárias no sistema em função da reforma tributária. Então, não que o cliente não tenha que fazer nada — vocês sabem — a SAP libera a nota através do portal e, depois, claro, vocês têm que providenciar os ajustes do lado da sua própria empresa.
Então, existe esse grupo de empresas, e muitas delas, penso eu, até que estão aqui nesse evento.
Edenize Maron:
Existe um outro grupo, que são empresas que recebem a localização — e, agora, a reforma tributária — através da Rimini. São clientes Rimini, que também têm dúvidas e têm aqui toda uma interação com a gente. Muitas pessoas do fiscal, dos nossos clientes, também estão aqui — não é só a TI. Vocês sabem que reforma não é um tema somente da TI — e são bem-vindos aqui para a gente aproveitar e colocar todo mundo na mesma página.
Edenize Maron:
E existe um terceiro grupo, que é — se você puder mover isso — são empresas que estão com suporte, no caso aqui da SAP, mas, para receber as alterações, as notas da reforma, é necessário fazer um upgrade ou no enhancement package ou no support package. Tem empresas em que isso é um esforço razoavelmente baixo, administrável; tem empresas em que esse esforço é enorme, principalmente quando existe uma operação global e o Brasil é uma company code dentro de uma single instance. Imagina você chegar lá para o patrão na Europa, Estados Unidos, Ásia, e falar: “por causa do Brasil, tem que fazer um upgrade na instância global.” Então, é uma situação complicada.
Edenize Maron:
Então, tem esse extremo, e tem outros upgrades que são mais fáceis. De qualquer maneira, esse grupo de empresas que não está 100% preparado para receber as primeiras entregas tem duas alternativas: fazer o upgrade e continuar com o suporte da SAP, ou ter aqui uma ajuda adicional, contratar a Rimini para poder fazer pelo menos essa parte. Você pode continuar com o suporte da SAP, mas a gente entrega a localização na versão em que você está, sem necessidade de fazer upgrade — é uma alternativa.
Edenize Maron:
Aí tem um outro grupo, que são empresas que estão no meio de um projeto de S4 e não vai entrar em produção já — vai entrar em produção só no início do ano que vem. Então, aí também é outro, e tem várias — tem duas esteiras: ele tem que estar atualizando o projeto, todas as pessoas ali envolvidas no projeto e, ao mesmo tempo, tem que fazer a localização no ECC ou no S4 atual. Então, isso também precisa de uma solução imediata. Aí a SAP continua entregando as notas para o que é o novo, e o ECC, que é o que está segurando a operação agora, a Rimini fica também como alternativa para entregar a reforma tributária sem a necessidade de fazer o upgrade.
Edenize Maron:
E o último grupo, que eu acho que também é o mais fácil de entender, são clientes que têm a nota fiscal eletrônica da SAP — produto para o qual a SAP não vai entregar a reforma tributária. Então, aí o cliente tem duas alternativas para não ter um apagão fiscal no dia 1º de janeiro do próximo ano: ou ele troca de plataforma imediatamente — sai do GRC e vai para um DRC da própria SAP ou outras alternativas, tem vários no mercado — ou, se ele entende que não é hora de mexer, que tem outras coisas, outras prioridades, nem tem fundos muitas vezes, não quer trazer aí riscos normais, inerentes a qualquer projeto, então a Rimini fica como alternativa para dar um suporte específico somente para a nota fiscal eletrônica. Então, a gente fala desse assunto de manhã, de tarde e de noite, desde novembro, eu diria, e está cada dia mais, digamos, demandante.
Edenize Maron:
Bom, nós temos uma área, naturalmente, que é a que cuida de toda a estrutura para fazer essas entregas. Então, eu vou aproveitar e apresentar para vocês o Eduardo Borba. Ele é um veterano do mercado de tecnologia, principalmente SAP. Trabalhou com a gente na SAP lá no final da década de 90, início de 2000, já fazia localização na SAP, foi o principal líder ali do estabelecimento da SAP Labs lá em São Leopoldo e, por causa desse background — foi presidente da Sonda — e, por conta desse background, ele foi convidado para tocar o Labs número 2 aqui, global, no Brasil. Então, Edu, agora a gente vende e você entrega.
Eduardo Borba:
Maravilha.
Obrigado, Edenize. Bom dia a todos, é um prazer estar aqui com vocês em um tema super relevante: reforma tributária. E o que significa a gente colocar o tema de Rimini Labs? O primeiro ponto é: a Rimini tem linhas de negócio, e essas linhas têm uma organização global.
Eduardo Borba:
Então, quando a gente fala do suporte, dos serviços gerenciados, do IMS ou Professional Services, a gente está falando de linhas de negócio que têm a mesma metodologia, as melhores práticas, em qualquer lugar do mundo. E o Labs é parte de uma estratégia global de entrega de serviços. Então, não só para clientes locais, mas também para clientes internacionais, para que a gente consiga oferecer o melhor suporte 24 por 7 em qualquer região, com os melhores especialistas.
Eduardo Borba:
Esse é o conceito de Labs. E aqui a gente consolida, como eu falei, as linhas de serviço. Então, todos os entregáveis acabam sendo frutos do Labs.
Um tema que não é menor é o tema de ajustes legais — tudo aquilo que cada particularidade ou cada país tem: as suas idiossincrasias, sua legislação local. O princípio básico de oferta de serviços da Rimini é garantir que tudo funcione com a mínima intervenção possível.
Eduardo Borba:
Sempre vai ter alguma intervenção, mas com a mínima intervenção possível. E, quando diz respeito a produto, a mexer na tecnologia para que a gente consiga satisfazer exigências legais, o Brasil é um dos top em termos de requerimentos, em termos de complexidade, em termos de abrangência. E o tema de reforma tributária não pega apenas um segmento de mercado — ele pega todo mundo.
Eduardo Borba:
Então, a importância do nosso time de GPD, que é o nosso time de produto, é fundamental para que as empresas que tenham operação no Brasil consigam operar tranquilamente e de acordo com a legislação, em compliance com a legislação.
O nosso objetivo, falando de reforma tributária — claro que ele é muito mais amplo do que simplesmente o ajuste sistêmico — a gente vai falar dos ajustes sistêmicos, que a Silvia, que é head desta operação aqui no Brasil — não só para o Brasil, ela pertence ao time global.
Eduardo Borba:
Então, a Silvia vai dar detalhes do que a gente está entregando, qual a nossa visão de cronograma, mas transcende o lado sistêmico. A gente tem que olhar um pouco qual é o impacto no negócio. E, para isso, a gente trouxe o nosso parceiro Jorge Campos, que é um ícone do mercado.
O Jorge vai trazer para a gente um pouco da visão — o que extrapola. Claro que o Jorge, acho que a maioria de vocês deve conhecê-lo. O Jorge é um velho conhecido de mercado, como eu falei, é um ícone.
Eduardo Borba:
Ele é o fundador do SPED Brasil, então ele tem uma pegada, eu diria, de generosidade, compartilhando informações com a gente para orientar o que a gente tem que fazer para garantir que o meu business funcione sem que eu tenha qualquer irregularidade fiscal, sem que ocorra risco — ou que eu mitigue o máximo possível dos riscos. Então, o Jorge vai entrar falando aqui. E, para coroar aqui — ou para falar um pouco de inauguração — a gente tem uma imagem aqui: o Coming Soon.
Eduardo Borba:
Então, Rimini Labs — a gente está, em breve, inaugurando um novo escritório aqui em São Paulo. Essas são as fotos de maquete, claro, é o que a gente está construindo aqui. Aqui, do lado esquerdo da tela, a gente tem o que seria o desenho do nosso Command Center.
Então, todos os chamados, todas as entradas de interações com clientes passam ali pelo Command Center. A ideia é ter uma instalação moderna, funcional, onde a gente possa receber, com todo o prazer, todos os clientes que queiram discutir temas de serviço com a gente, que queiram discutir melhorias, inovações na sua infraestrutura. Estão bem-vindos, todos! Desejo um excelente evento para todos, que seja muito produtivo.
Eduardo Borba:
Como a gente já comentou aqui, tem um botãozinho de Q&A ali em cima — dúvidas, perguntas, coloquem ali no Q&A. Ao final da nossa reunião, a gente vai tentar responder todas. Se a gente não tiver tempo, a gente responde depois por escrito.
Mas fica aqui o meu muito obrigado a todos pela participação, pelo interesse. E agora, a bola está contigo, mestre, professor Jorge Campos.
JORGE CAMPOS
Obrigado, Borba.
Pessoal, bom dia a todos. É um prazer enorme estar aqui para falar sobre esse tema tão complexo. Vamos abordar vários assuntos, então agradeço pela audiência, agradeço também à Rimini pelo convite, e vamos em frente. Quero começar já com um cronograma.
JORGE CAMPOS
Estamos no meio de um cronograma muito curto. Então, acho que o mais importante é estabelecermos as regras e os prazos para atendimento.
A Edenise já falou das complexidades que existem — de diversos cenários nas empresas. Eu conheço vários casos, inclusive empresas com várias versões de SAP. Vocês sabem, elas não se comunicam porque compraram negócios, compraram, por exemplo, o ABC, e decidiram aguardar a matriz para unificar. Às vezes, nem é matriz lá fora — é matriz aqui mesmo.
Enfim, esse é apenas um detalhe de um cenário bem complexo do modelo Brasil, do negócio explorado aqui.
JORGE CAMPOS
Este é o cronograma que montei para 2025, mas é um cronograma de projeto. Sei que há o cronograma do Fisco, da Receita Federal, que busca alinhar com o do ENCAT.
Um ponto mportante: a Receita Federal terá uma plataforma de CBS, e o CONFAZ, o ENCAT e o comitê gestor terão outra. Estamos, portanto, falando de dois IVAs.
Mas é importante destacar que a reforma tributária não começa em 2033 — ela começa em janeiro de 2026. Em 2026, você deverá estar apto a emitir notas fiscais com os novos campos de IBS, CBS e IS.
JORGE CAMPOS
Se o Fisco usar esse período como teste, como promete, excelente. Mas eu recomendo que esse trabalho já esteja em andamento. Em janeiro (que já passou), deveríamos ter feito um diagnóstico.
Eu gosto de usar “diagnóstico” porque suaviza. Tem gente que não gosta da ideia de “mapeamento”, mas estamos falando do AS-IS, de tirar uma foto do cenário atual — ou até mesmo de um Business Blueprint.
Criei um Blueprint diferenciado em 2000, quando participei do projeto de implementação do SAP. Fiz isso para a MMSB, configurando todas as operações da empresa.
JORGE CAMPOS
Na época, foi a própria SAP quem implementou. Eles disseram: “esse aí ninguém faz”, porque eu já dominava a área fiscal.
Bom, o ponto é: fazer o diagnóstico é como usar uma calculadora. Tirar a foto de como estou e o que preciso fazer para chegar ao estado da arte.
E tenho várias ações mapeadas.
JORGE CAMPOS
Calculadora. Virou moda.
O ideal é que, se você pretende verificar uma linha de produção, identifique aquelas que hoje já são deficitárias. Você pode fazer uma simulação de desempenho futuro.
Só como exemplo: já vimos casos em que uma linha de produção, no modelo atual, não se sustenta. Trabalhei em empresa assim. Essa linha era mantida porque abria portas para o varejo — era um produto que o varejo queria. A empresa vendia aquele item e, com ele, outros produtos.
JORGE CAMPOS
Então, a empresa administrava, investia e até financiava essa linha de produção. Por isso, é fundamental identificar possíveis gaps nas linhas produtivas.
JORGE CAMPOS
Capacitação das áreas de negócio — isso é fundamental, pessoal. Toda a área de negócio precisa estar envolvida.
E um detalhe importante: o setor financeiro precisa participar das discussões da reforma tributária.
Ele precisa entender o cenário para, depois, ter flexibilidade para lidar com os gaps que surgirão — especialmente impactos no fluxo de caixa — e acompanhar algumas ações.
JORGE CAMPOS
Análise de riscos. Como falei sobre linhas de produção, já ouvimos no mercado o setor farmacêutico reclamando bastante.
Dizem: “lá no Centro-Oeste, meu CD não se sustenta”.
Vão trazer para São Paulo. Esta semana, inclusive, vimos na mídia o Fisco dizendo que a tendência é o retorno de empresas para São Paulo.
Ouvi de um farmacêutico: “o CD que tenho lá, sem os incentivos, não para em pé. O custo é muito alto. Vou trazer para São Paulo.”
Foi justamente por isso que criaram o fundo de compensação — que é um capítulo à parte nessa história.
JORGE CAMPOS
Existem também riscos no mercado externo. Quando se fala “vou sair do mercado”, é importante saber que o mundo está observando.
O mercado externo está acompanhando a reforma tributária no Brasil.
O Brasil está ajustando o transfer pricing para o CDR, está entrando no CDR — e o Trump brigando com todo mundo…
A bola da vez é o Brasil. Todo mundo vai querer vir para cá.
E se você sai do Centro-Oeste, seu concorrente lá fora está monitorando. Ele manda agentes para acompanhar esses movimentos e diz: “vou ocupar esse espaço”.
Ele vai ter gente treinada, capacitada na região. Vai trazer marketing e, no exemplo do setor farmacêutico, toda uma estrutura.
E mais: ele vai se beneficiar da sua saída.
Por isso, sempre recomendo: analise a oportunidade de investir e manter.
Porque, depois, você poderá navegar em um mar mais tranquilo.
Pelo menos, é o que se espera.
Por isso: analise as oportunidades.
JORGE CAMPOS
Cadastro de mercadorias. Eu coloquei num post ontem sobre este evento, falando sobre material de uso e consumo.
Mas pode ser que esse não seja o seu problema. Cadastro de material de uso e consumo não foi criado com código genérico, a descrição está bonitinha. Lembre-se: no estado de Santa Catarina, eles definem até como você deve abreviar a descrição de um produto.
Sabia disso? Então, de repente, a sua empresa está ok, não tem esse problema. Por quê? Por que o foco no cadastro de mercadorias? Porque você vai tomar crédito de material auxiliar e material de uso e consumo. E a minha provocação para vocês é: qual é o volume disso anualmente? Você tem esse número? Pegando 2024…
Verifique aí. É só clicar no indicador de material de uso e consumo e verificar o que foi comprado. Veja aí quanto tem de… o número.
Vou dar um número para vocês: só de auxiliar, 15% do total de créditos que vocês apropriam. Cheque esse número para ver.
Sem contar o material de uso e consumo, cujo número é ainda maior. Lembrando, para quem não está acompanhando: material de uso e consumo entra no crédito, porque existe um novo conceito nessa história, que eu falo daqui a pouco.
Na reforma tributária, uso pessoal não tem nada a ver com o modelo de material de uso e consumo aqui no ICMS, tá bom?
JORGE CAMPOS
Conversando com fornecedor.
Aqui é um capítulo à parte. Terrível, gente. O seu fornecedor vai excluir o ICMS do preço de hoje? Exemplo:
Produto custa mil reais. No padrão do IBS, o IVA, ele tem que excluir o ICMS e tem que excluir o PIS/Cofins. Então esse produto vai para 744.
JORGE CAMPOS
E é esse 744 que ele vai usar para calcular a alíquota de 26,5, 28… Se pegarmos o número do IPERA de 2019, ela é 32. Mas tudo bem, vamos parar no 28,5. Ele vai tirar esse valor? Ou vai manter os mil, não excluir o imposto e calcular os 28?
Você vai fazer isso? O valor que tem que ser calculado no IBS é o valor do inventário, gente. Sem os impostos escriturados lá em 31/12/2025. E olha só:
Cuidado com a transição, porque nela você vai ter duas linhas. Duas não, mais de duas. Mas uma linha do ICMS e outra linha do IBS e da CBS. Bases de cálculo diferentes.
JORGE CAMPOS
Cuidado. Vamos revisar, sim, a matriz de custos. E aí, gente, o mercado de oportunidades.
Tem gente que vai esperar o cliente demandar: “Olha, eu preciso de ajuda para montar o pricing, criar uma ferramenta que me auxilie nesse processo. Eu tenho muitos produtos.”
Tem outras empresas que vão sair na frente e desenvolver um aplicativo, alguma ferramenta para ajudá-lo nesse processo. Qual é o seu papel? Provocar o seu fornecedor: “Rimini, vamos atrás desse atendimento ao nosso cliente.”
JORGE CAMPOS
Conversando com clientes, exatamente isso. O seu cliente vai querer fazer split payment? Split payment, gente, é rapidinho: para B2B, não cabe.
Ou não funciona bem. O modelo que vai ser homologado no início será o de e-commerce, varejo, porque não gera crédito. No B2B é assim:
Eu vendi para vocês. Hoje. O meu ICMS vai vencer no dia 20.
Aí, a partir do dia 20, você tem o crédito. Você não vai tomar crédito neste mês. Esse é o gap do fluxo de caixa.
Lembra disso? Tudo que você comprou no mês, você não toma crédito. Vai tomar quando o fornecedor pagar. “Não, eu quero tomar crédito.”
Por que você vai pagar o imposto se eu estou te vendendo para 90 dias? 120 dias, conforme a política da sua empresa. Tem gente que faz até 180 dias. Sangra o fornecedor.
JORGE CAMPOS
Enfim, é por isso. Mas quem, no B2B, vai utilizar o split é quem não tem crédito com aquele fornecedor e tem que comprar à vista.
Aí, sim, justifica a cobrança. A aplicação do split payment.
JORGE CAMPOS
M MUITO CRE novo, gente.
Como que faz para abrir um plano de contas aí na sua empresa? Tem que avisar a matriz, fazer aquele relatório gigantesco no idioma deles — inglês, alemão, mandarim — para poder criar o plano de contas. Eu sei como é o plano de contas universal. Então vai ser: ICMS apurado, a pagar, provisionado.
Tá bom? Tem todos os detalhes. Corre atrás. Para quando? Janeiro de 2026.
JORGE CAMPOS
A montagem da matriz de impacto dos benefícios. Porque se você tem benefícios fiscais daqueles dois únicos permitidos, incremento da área comercial não está nesse pacote. Ele foi alterado.
Alterou-se a Lei Complementar 160, e definiu-se que haveria uma redução de 20%. Portanto, em 2029. Então está fora. Só restam aqueles dois: infraestrutura agropecuária, ferroviária, rodoviária, aérea, portuária. Então, se sua empresa tem esses incentivos, tem que preparar essa matriz para desempenho físico — o que representa perder 10% desse incentivo a partir de 2029, depois de 2030, etc.
JORGE CAMPOS
Créditos a recuperar, gente? Simples. Existe um leque de oportunidades de crédito. Você vai deixar passar ou vai colocar esse dinheiro no caixa?
De repente, se você tem muito crédito, o que o mercado está fazendo? Pega o crédito que você tem federal, transforma em precatório e negocia.
O mercado estava com um deságio de 20, chegou a ser de 140. Corre atrás disso. O seu advogado vai tratar desse tema.
JORGE CAMPOS
Cadastro de fornecedores e clientes. Você tem novas informações a buscar: se ele vai fazer split, qual é o regime tributário dele, meio e fim de cadeia, e como ele vai se posicionar em relação à precificação.
Eu sei que estou correndo, mas precisa correr um pouquinho.
Se você tem atualização do sistema de gestão fiscal… A gente falou do ERP, já foi dito aqui, a necessidade dos trabalhos no ERP. E a solução fiscal.
Você tem solução fiscal? Quantas soluções fiscais você tem? Eu conheço empresas que tinham mais de uma. Tiveram que trabalhar forte para definir qual seria a solução fiscal premium da reforma tributária. E aí começam as parametrizações, as criações.
Olha só: a gente fala muito em processo. Tem gente que diz: “não, mas eu já tenho tudo consolidado.” Pode ser que você tenha que criar novos processos.
A reforma tributária tem detalhes interessantes que eu vou falar lá na frente.
JORGE CAMPOS
Conversando com parceiros. Que parceiros são esses? Aqueles de beneficiamento, por exemplo.
Como será tratada a questão do retorno de materiais, justamente por conta da necessidade de precificação. Enfim. E, finalmente: tax transformation, o futuro.
Pensar em automação, gente. Não dá para fazer de 2026 até 2033… na mão. Vou dar um exemplo: o inbound.
JORGE CAMPOS
O inbound. Você precisa ter um inbound automatizado, com motor de cálculo.
Não é padrão do mercado colocar inbound com motor de cálculo. Mas, olha só: você vai ter uma base de ICMS, vai ter uma base de TMST, eventualmente vai ter um IVA adicionado, uma base de CBS, uma base de IBS — pode até ter IS — e, além disso, fundos como OFE ou FOT. Como é que faz?
Quem recebe essa nota? Como é que vai conferir isso na mão? A depender do volume, tem que colocar uma ferramenta para fazer esse cálculo, porque o número que o seu fornecedor emitir é o que vai para o Fisco. É com base nesse número que ele vai apurar.
Como você fez a manifestação do destinatário? Para. Congela.
A manifestação do destinatário tem uma plataforma, solicitada pelas empresas-piloto em 2009, para você ir lá e dizer: “Olha, eu reconheço, está autorizada” ou “essa nota eu não reconheço”, porque alguém pegou o seu CNPJ e faturou. Agora ficou exponencialmente perigoso, porque o número — a nota que estiver lá — o Fisco vai te cobrar, simplesmente acatando, se você não fizer a manifestação do destinatário.
JORGE CAMPOS
Então, eu estou te dizendo: será obrigatório. Eu sei que você não faz isso hoje.
Crie uma rotina para fazer esse trabalho.
De setembro a outubro, serão os testes de parametrização — tudo o que você vai precisar fazer para implementar o novo cenário da reforma tributária.
Só que aí temos que lembrar o seguinte: estamos mudando 50 anos em 5 meses. Eu conto desde 1970 até agora. Dentro disso, temos 17 anos de projeto SPED, FD, ICMS, EFD-PIS/COFINS, que em algum momento vão morrer.
A EFD Contribuições morre em 2027. É aí que entra a CBS, em 2028.
JORGE CAMPOS
O EFD Fiscal já vai ficar um pouco mais, até porque o Fisco não sabe o que vai fazer com o Bloco K — que todos conhecem — e adoram gerar aquelas informações na produção, aliás, para confronto do estoque.
JORGE CAMPOS
Bom, o que eu tenho aqui nesses 50 anos, cinco meses? Tudo isso que vocês estão olhando aí é inovação. Falando de base ampla, lembra que eu falei que precisa sanear o cadastro de materiais de uso e consumo? Porque tudo será tributado.
JORGE CAMPOS
Hoje, você tem alguns cenários em que não há tributação. Por exemplo, tributação da água. Isso é importante para a produção.
JORGE CAMPOS
Empresas que produzem bebidas, empresas que trabalham com couro, consomem muita água — vão ter que pagar imposto agora, 28,5%, sobre a água, se essa for a alíquota.
Além disso, temos a tributação de bens móveis. Então, se você faz aluguel de contêiner, contêiner frigorificado para o setor de alimentos, contêiner de trem, até aluguel de máquinas pesadas…
Tem empresas cujo core é o aluguel de máquinas. Então, há toda uma revisão de cenário, porque agora será tributado. Vai haver uma nota fiscal para o aluguel de máquinas.
Isso está sendo discutido para emissão dessa nota.
JORGE CAMPOS
Além disso, como tudo será não cumulativo, ou não com atividade plena, eu falei dos materiais de uso e consumo — essa é uma atividade que você precisa ter aí na companhia para mostrar ao financeiro.
“Olha, financeiro, o número que nós vamos…” — ele vai abrir um sorriso.
Minha recomendação: passe a almoçar com o financeiro, área fiscal, área tributária… E também inclua TI nesse almoço grande. Se puder, coloque uma placa: GT da Reforma Tributária.
JORGE CAMPOS
Eu não estou viajando. Quem vai viajar são vocês. Porque, além do DANFE simplificado para o varejo, a gente vai ter também… opa, deixa eu voltar aqui… o BP-e modal.
Por que esses dois itens — DANFE simplificado e BP-e modal? Por causa da não cumulatividade. Hoje, a NF-e não dá direito a crédito. Então, precisa de um documento fiscal no varejo que conceda crédito.
É por isso que vai existir o DANFE simplificado para o varejo. E também o BP-e modal aéreo. Vou dar aquele exemplo clássico que sempre cito:
JORGE CAMPOS
Eu vou viajar, vou visitar um cliente, compro a passagem — uso pessoal, mesmo que seja pela empresa. O cliente está comprando a minha passagem. Custo para o cliente. Ele vai tomar crédito.
Olha que coisa linda, né? Isso foi discutido em reunião do fiscal.
JORGE CAMPOS
A tributação no destino é um capítulo à parte, né, gente? Porque não vai ter mais guerra fiscal, mas cada município, cada estado vai definir sua alíquota. Se ele reduzir a alíquota, o prejuízo será dele.
Então, teremos o cálculo de mais ou menos umas 20 mil alíquotas dentro das probabilidades. Pode ser que haja uma redução, que todo mundo combine que a mesma alíquota do estado valerá para os municípios — duvido. Mas, dentro das probabilidades, você pode fazer o cálculo das 20 mil, considerando as imunidades e as alíquotas zero também.
JORGE CAMPOS
Então, como se controla 20 mil alíquotas? Nós pedimos, na reunião do fiscal — a gente participa das discussões — que, assim como há a manifestação, seja criado um painel no site com todas as alíquotas dos 5.571 municípios, porque no mês passado foi criado um novo município.
JORGE CAMPOS
Imposto por fora. Falei para vocês: isso tem um impacto no preço. Se o seu cliente, no split payment à vista, estiver pagando o imposto, o que ele vai dizer para você?
“Meu amigo, desconta lá no boleto”, como ocorre hoje.
Então, cuidado com a sua precificação. O preço do produto, o preço final no boleto, tem que contemplar os impostos. E aí, se ele pagar, exclui-se o valor que ele pagou.
É preciso sentar e discutir o detalhe com o time.
JORGE CAMPOS
Crédito só na quitação do imposto — já comentei com vocês. Quem fatura em 30, 60, 90… 30 nem tanto, mas 60, 90, 120 dias — não tem nenhuma vantagem em recolher o imposto para tomar o crédito.
Ele vai deixar o fornecedor pagar. E aí vem a discussão: você confia no seu fornecedor?
Bom, gente, aí é outro capítulo.
JORGE CAMPOS
Compliance.
Você sabe a nota do seu fornecedor nos programas de compliance? Sintonia. Essa semana tivemos a surpresa no e-CAC, né? Você tem a nota do seu fornecedor? Você controla isso? Eu sempre falo para a Software House: Software House, controlem a nota do seu fornecedor. Ou melhor, acompanhem.
Porque, eventualmente, ele pode precisar de ajuda. Ele não está com nota A+, está com nota B. Por que ele está com nota B? Pode ser problema na emissão da nota, problema na escrituração. A nota do fornecedor ainda não está repercutindo na média, mas tem reflexo lá na frente.
Então, aí está uma oportunidade gigantesca para Software Houses e consultorias atuarem no apoio a fornecedores e empresas no compliance.
Cuidado com essa história de “você confia no seu fornecedor?” Você acompanha? Você conversou com seus maiores fornecedores sobre a reforma tributária? Pega essa apresentação — a Rimini vai fornecer para vocês.
Apresente. Faça a mesma apresentação para eles. Chame os principais fornecedores, aqueles estratégicos — os clientes estratégicos da sua empresa também, tá bom?
Ah, “eu tenho 5 mil clientes estratégicos”… aí fica difícil.
JORGE CAMPOS
Cuidado. O DF-e agora vai virar confissão de dívida. Então, eu pergunto para você: quem está assinando a sua nota? Ou quem está emitindo? Porque, às vezes, quem emite não é quem assina. Cuidado com isso.
Agora tem um requisito a mais. Então, atenção: essa nota fiscal está sendo emitida. Esqueça um negócio chamado — vou falar bem baixinho, porque tem gente que não sabe o que é — nota writer.
Esquece isso, nota writer. Em 2000, em 2001… não, em 2000, já tinha empresa que customizou para ser contabilizada, tá? Não vou dizer quem é, mas eu estava lá na empresa.
JORGE CAMPOS
Vamos falar mais um pouco sobre o fim do fechamento mensal.
Não existe fechamento mensal, gente. Até o CFC já comentou isso em uma nota. Por quê? Se você está lá em abril — eu sempre cito abril, porque abril é o mês das compras, e maio é o mês das vendas — então, comprou muito, tem crédito.
Se você tem uma pendência de fevereiro, de janeiro, o Fisco vai pegar esse crédito que você teve em abril e quitar o seu débito anterior. O Fisco é o dono da apuração.
Lembra que as empresas reclamavam dizendo: “Ah, a apuração e a tributação são complexas.” O Fisco falou: “Então eu faço.” Só que está na mão dele agora.
Você não terá mais o D+2, o D+5…
Com isso, faço uma provocação para vocês:
JORGE CAMPOS
Você consegue fazer a apuração diária? Amanhã é 1º de abril — dia da mentira? Não. Dia 2 de abril, você vai começar a fazer a apuração diária.
Fala lá com o time fiscal, com o time de recebimento:
“Gente, não pode passar todas as notas do dia. Tem que ser digitadas no dia.” Esse é o pacote, né? Entenderam? Consegue fazer isso? Porque é isso que vai acontecer.
O financeiro e o tributário não podem ter uma apuração do Fisco diária e, internamente, a turma fazer uma apuração semestral lá no final do mês.
Opa, vamos trazer isso para perto.
JORGE CAMPOS
Ajustes positivos e negativos. Olha só — acabei de falar para vocês exatamente o que se aplica.
Eu tenho que fazer um ajuste de crédito lá em janeiro porque estou com débito. É isso que vai acontecer. Ajuste negativo… poderia ser positivo também, tá bom? Apuração assistida online.
Acabei de falar sobre esse assunto. E, por fim, o plano de contas que comentei lá atrás. Temos também um novo plano.
Sobre o ajuste positivo: o que ampara esses ajustes positivos e negativos é a nota de débito e a nota de crédito. Mas não tem nada a ver com aquela nota de débito/crédito de consultoria, despesas de viagem, sei lá o quê.
Essa é a nota de débito que só o fornecedor vai emitir para fazer esses ajustes — negativos ou positivos.
E, logicamente, o plano de contas é uma preocupação grande. Você precisa correr atrás disso, dentro das suas particularidades.
JORGE CAMPOS
Por exemplo, você vai ter uma conta transitória para poder esperar o seu fornecedor pagar o imposto. Você comprou no dia 15 do mês — vamos dar um exemplo: 15 de março.
Você falou: “Não vou fazer a escrituração, vou deixar ele pagar no dia 20.” Então, você vai ter uma conta transitória, e quando chegar o dia 20, o Fisco vai te informar: “Ó, pago. Tome o crédito.”
Ufa, corri e deu certo.
JORGE CAMPOS
Silvia, é contigo.
SILVIA GIANISELLA
Obrigada, Jorge, pela participação.
E obrigada, pessoal, por estarem participando aí. A gente tem a oportunidade de contar um pouquinho da nossa experiência com os nossos clientes.
SILVIA GIANISELLA
Então, tudo o que o Jorge falou — muito bem colocado, né? — são exemplos de situações que todos vocês vão enfrentar, de uma maneira ou de outra.
E a gente tem visto, com os contatos com os clientes, que as empresas ainda estão bem atrasadas nesse ponto, em todos esses processos que o Jorge comentou. A gente está vendo que não está havendo a devida atenção, né? E a gente tem orientado os clientes a focarem nesses quatro pilares aqui, que são as adaptações dos sistemas — onde eu vou falar um pouquinho de como a Rimini vai entregar.
SILVIA GIANISELLA
A revisão dos processos, né? Todos esses processos que o Jorge comentou precisam estar claros — como eles funcionam hoje — para que você consiga ir para o pilar três, estudar a legislação, capacitar as pessoas, entender os impactos e depois voltar nesses fluxos para entender, passo a passo, onde está acontecendo cada impacto.
Vocês já devem ter visto ali, pelos exemplos que o Jorge foi dando: “Meu Deus! A minha empresa não faz desse jeito. Como vai ser? O que eu tenho que mexer?”
E o que a gente tem visto é que, se vocês já estão aqui, vocês estão um passo à frente de muita gente. Se vocês tiveram a iniciativa de participar de um webinar, de estudar mais a fundo, vocês estão percebendo a profundidade que a reforma traz — além de sistemas.
SILVIA GIANISELLA
O nosso escopo da Rimini aqui, naturalmente, é o ERP. Mas todos esses itens vão rodar em cima de tudo que a gente entregar para vocês, né? Depois que vocês fizerem todas essas análises que o Jorge trouxe para a gente, vocês vão ter que aterrissar isso em alterações de sistemas. E é aí que a gente vai ajudar.
Quem aqui já é meu cliente, já conhece o nosso formato de entrega, né? A reforma não traz nada diferente do modelo que a gente já entrega. O que pode acontecer é termos mais entregas com mais frequência. À medida que os assuntos forem sendo aprovados pelo governo, a gente vai conseguindo estudar melhor, fazer os designs e começar a entrega para os clientes, tá?
SILVIA GIANISELLA
Então, esse slide aqui basicamente é: foque na adaptação dos sistemas, na revisão dos processos, na capacitação — que é algo que a gente está vendo que os clientes têm muita dificuldade em entender, porque toda essa profundidade realmente é muito complexa.
Montar time multifuncional é aquela mesma filosofia de implementação de ERP: começa a estudar, monta um time, chama o cara do fiscal, chama o cara do contábil e vai juntando gente… vamos relembrar os nossos tempos de implementação de ERP, né? É o mesmo formato, o mesmo impacto, né Jorge?
SILVIA GIANISELLA
A proporção da revisão de processos e de alteração é nesse nível de novo. Só que agora tem coisas que estão definidas e coisas que não estão.
A gente tem que ir planejando de acordo com o que for sendo liberado. Eu tenho comentado que é um projeto atípico, porque nunca tivemos essa situação de dois sistemas tributários rodando simultaneamente no mesmo ERP.
E a gente tomou cuidado de apresentar… pode ir para o próximo slide, Jorge?
SILVIA GIANISELLA
De apresentar para vocês o nosso fluxo aqui, respeitando tudo o que já existe. A gente não quis fazer um design completamente diferente. Por quê? Porque esses dois sistemas tributários complexos vão coexistir por anos.
Então, as premissas que a gente assumiu foram manter tudo muito próximo do standard, do que já existe — até mesmo para os clientes não precisarem reaprender processos. Estamos seguindo essa filosofia.
SILVIA GIANISELLA
Nesse slide aqui — quem é meu cliente já deve ter visto várias vezes — a gente faz todo o monitoramento de legislações. Temos uma equipe de advogados que monitora tudo o que está acontecendo, cria documentos internos sumarizando toda a informação importante e repassa para os times de desenvolvimento.
Temos os funcionais, tanto da área de SAP quanto da área de Oracle, e eles fazem essa análise de impacto dentro do escopo. Nós somos equivalentes ao que a SAP faz com as OSS Notes — mas a gente constrói essas OSS Notes.
A gente analisa a legislação, analisa o ERP. Temos um time bem focado, que conhece muito a fundo os ERPs e consegue fazer essa distinção: o que realmente tem que ser aplicado no standard, o que o standard tem que ser alterado para atender a esse requerimento legal.
A gente manda uma comunicação para os clientes, diferentemente de como a SAP faz — que gera uma nota numa plataforma.
SILVIA GIANISELLA
A gente entra no seu ambiente, faz os desenvolvimentos necessários com a sua autorização. Mandamos um documento explicando tudo o que será feito, solicitando autorização.
Uma vez autorizados, entregamos no ambiente de desenvolvimento, e você carrega para a QA e depois para a produção.
SILVIA GIANISELLA
A gente faz entregas específicas para o cliente, no sentido de que eu tenho cliente que veio em 2012, 2015, 2020, e assim por diante. Cada um tem um landscape técnico.
A gente não força o cliente a fazer um upgrade e cair, por exemplo, naquelas situações que a Edenise falou no começo.
Eu tenho clientes que estão na Prospect, na situação de precisar fazer um upgrade, o que demandaria muito — e não é o momento para eles.
SILVIA GIANISELLA
Então, a gente vai pegar o cliente no momento em que ele estiver e entregar tecnicamente da forma como ele estiver.
Eu não vou forçá-lo a fazer um upgrade para que ele receba a minha solução. Esse é um dos grandes benefícios da Rimini: manter um landscape estável e fazer todos os ajustes em cima daquele ambiente.
E, naturalmente, a gente dá o suporte pós-entrega. Minha equipe cuida da manutenção por um período, e depois a gente transiciona para o time de suporte.
SILVIA GIANISELLA
Próximo, Jorge, por favor. Aqui estão alguns itens de como a gente planejou a reforma.
A gente sabe que vão continuar existindo NTs no modelo atual, e também itens da reforma.
Então, teremos que tomar decisões — muitas vezes com conflitos de objetos técnicos. A gente já tem comunicado isso aos clientes: uma NT do modelo atual pode conflitar com algum objeto que estamos desenvolvendo.
Então, temos que ser muito cuidadosos nesse ponto. Estamos em contato com os clientes para garantir que esses dois modelos estejam operacionais — mesmo que ainda em ambiente de desenvolvimento.
SILVIA GIANISELLA
O nosso modelo não se altera. Quem é meu cliente já sabe: a gente faz a análise, manda notificação para os clientes, faz o desenvolvimento.
Esse modelo não muda. Isso já traz tranquilidade para os clientes. Eles sempre me perguntam: “Como vai ser o modelo de entrega?”
É exatamente do jeito que vocês estão acostumados.
Vocês não precisam se preocupar em ter que aprender algo novo. A dinâmica será a mesma. Vocês têm acesso ao meu time, pedem reuniões… Temos feito muitas reuniões com os clientes para aprofundar mais o tipo de entrega.
SILVIA GIANISELLA
A forma que a gente escolheu foi fazer entregas faseadas. Porque, se eu fosse ali pelo by the book, pelo tradicional, eu só entregaria algo que estivesse testado no ambiente de homologação.
Só que o governo só vai liberar o ambiente de homologação em 1º de setembro.
SILVIA GIANISELLA
A gente entendeu que, se deixássemos para entregar tudo só em setembro, estaríamos tirando do cliente a oportunidade de já fazer seus próprios testes — essas simulações que o Jorge comentou, dos processos, do que vai mudar.
“Deixa eu ver como fazer um teste aqui para ver o impacto disso no meu negócio.”
Então, optamos por fazer entregas faseadas, mesmo sem o ambiente de homologação.
SILVIA GIANISELLA
Nosso projeto da reforma é atípico, e tivemos que tomar certas decisões, mas que realmente vão beneficiar os clientes com esse tipo de abordagem.
SILVIA GIANISELLA
Em breve, aqui, eu mostro o roadmap. Para quem já é cliente, a gente já enviou as notificações solicitando aprovação para a entrega da primeira fase.
Muitos já retornaram, muitos já combinaram com a gente datas de entrega. Eu coloco aqui, genericamente, março e abril, porque depende muito do ambiente do cliente estar disponível.
Alguns clientes, a gente até sugeriu que tivessem ambientes apartados, uma “bolha”, para poderem fazer essas simulações sem comprometer outros projetos em andamento.
SILVIA GIANISELLA
Alguns foram nessa direção de realmente fazer no ambiente bolha, outros preferiram se manter no ambiente tradicional.
E, caso a caso, temos negociado os momentos da entrega. Mas nós já temos as soluções prontas dessa primeira fase, que inclui:
- os novos tributos,
- os novos campos no cadastro de material,
- os novos campos na ordem de venda,
- no pedido de compra,
- na nota fiscal,
- e as novas tabelas de impostos.
Então, esse conjunto de entregas que estamos fazendo agora já habilita o cliente a fazer suas classificações de materiais.
SILVIA GIANISELLA
Então, um campinho ali que estou entregando no cadastro de material para ele fazer a classificação demanda muitas atividades do lado do cliente.
“Como ele vai reclassificar esses materiais?”
O cliente diz: “Ah, eu tenho 500 materiais.” — “Ah, eu faço isso manualmente, tranquilo.”
Outro cliente diz: “Silvia, eu tenho 50 mil materiais! Como é que eu vou fazer isso?”
E aí é uma atribuição do cliente analisar internamente e ver como ele vai tratar isso aí, né?
SILVIA GIANISELLA
Como que ele vai atualizar os cadastros, os dados mestres em geral?
Então, o cliente já precisava ter algumas ferramentas para começar a fazer simulações.
Essa primeira fase a gente já está entregando para clientes atuais, e há muitos aí no pipeline para receber — dependendo de certas condições.
SILVIA GIANISELLA
Numa segunda fase, a partir de abril, vamos começar a entregar as condições, ajustar as prices.
Lembre-se: nosso escopo é o que a SAP entregaria para vocês também. Então, a gente vai pegar, vai ajustar uma price standard com TAXBRA e com TAXBRJ.
E você vai olhar essa price e vai entender todas as outras que foram criadas — e ver o que você criou pelas suas necessidades de negócio.
Tem cliente que falou para mim: “Ah, Silvia, estou tranquilo. Price, eu tenho 5 só. Já sei, são simples.”
Tem outros que disseram: “Silvia, eu tenho 200 prices! Como é que eu vou fazer isso? Como vou fazer toda essa análise?”
SILVIA GIANISELLA
Então, para cada item que a gente está entregando, a gente sabe que os clientes têm muita lição de casa para fazer — e aí, caindo naqueles contextos que o Jorge trouxe para a gente.
SILVIA GIANISELLA
Num próximo momento, entre abril e junho, devemos estar entregando algumas coisas relativas às atualizações de chave de conta.
A gente entrega instruções de como o cliente deve fazer certos itens.
Só que aqui ainda tem um ponto nebuloso — como vai ser o split payment, como vão ser as contabilizações.
Então, nesse ponto, a gente ainda está analisando a melhor forma.
SILVIA GIANISELLA
E, finalmente, lá em setembro — comecinho de setembro — a gente vai fazer os nossos testes.
O ambiente vai ser liberado no dia 1º de setembro. Naturalmente, a gente vai ficar ali umas duas semanas fazendo os nossos próprios testes e, com todo esse fluxo funcionando, atualizando o GRC-NFE com todos os campos necessários.
SILVIA GIANISELLA
Então, esse é um roadmap básico que estamos propondo para os clientes. E, à medida que a gente for tendo novas definições, vamos incorporando nesse fluxo aqui, para atender os requerimentos de 1º de janeiro de 2026.
A gente já entendeu que vai parar a nota, né Jorge? Se esses campos não estiverem preenchidos…
Embora tenha aquela definição de que o ano de teste é teste do lado do governo — não do lado do contribuinte — essa palavra “teste” trouxe muito mal-entendido.
SILVIA GIANISELLA
Porque dá a impressão: “Ah, eu tenho mais um ano ainda… Tenho 2026 inteiro, é teste. Vou aderir lá no final.”
Não. Não é nesse sentido.
Dia 1º de janeiro, eu preciso estar com todas as tags populadas corretamente.
Porque existem muitas mensagens de rejeição de nota. E a rejeição da nota não é por tag errada — ela invalida a nota inteira. Ela rejeita a nota inteira.
SILVIA GIANISELLA
Então, processos que você acha que estão tranquilos, com notas sendo aprovadas…
Se tiver uma rejeição por causa do imposto novo, vai parar sua nota inteira.
Então, assim: é um risco altíssimo para o faturamento.
E a gente tem visto, né Jorge, que os clientes não têm observado esses pontos.
Eles têm percebido: “Ah, a alíquota é baixinha.”
Mas, independente da alíquota ser baixinha, tem que estar calculado nesses campos.
SILVIA GIANISELLA
Então, é isso que a gente tem observado muito. E o nosso trabalho aqui, nesse fórum, é trazer essa visão para vocês — para que consigam levar para casa e trabalhar como evangelizadores desses temas.
Porque a gente tem visto também que as diretorias, os boards, não têm dado a devida atenção.
Então, vocês é que têm que ser os catalisadores de todas essas mudanças, né?
É um grande trabalho, uma grande expectativa.
Mas, se vocês tiveram a iniciativa de participar de fóruns como este, estão estudando mais a fundo…
Realmente, vocês é que têm que trazer essa consciência para a empresa, né Jorge?
JORGE CAMPOS
É isso aí.
SILVIA GIANISELLA
Então, obrigada pela participação, pessoal.